Será que eu me conheço?

Como posso ser eu mesma, se nem mesmo eu me conheço?

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É engraçado como sempre ouvi pessoas dizendo que devemos ser nós mesmos independente da situação, ser verdadeiros conosco, mas e quando não nos conhecemos? O que fazer?

Pra ser sincera, eu não acho que eu não me conheça, acho que talvez o mundo tenha coisas demais a serem descobertas, como posso dizer que sou uma coisa só? Como escolher um hobby apenas? Como instalar em mim uma programação, me amarrar a algo que amanhã pode não ser mais interessante? Será que isso é apenas a inha falta de confiança?

Ao mesmo tempo, lá no fundo sinto que não sou digna de ter uma personalidade concreta, como posso dizer que gosto de algo que não faço direito? Uma pessoa que gosta de ler e le mais de 5 livros no mês, uma pessoa que gosta de escrever e escreve um livro, uma pessoa que gosta de cantar, dançar, pintar e dedica sua vida a isso. Não consigo ser igual a essas pessoas, eu sou uma grande inconstância, dou passos pequenos em cordas bambas caindo todos os dias em lugares diferentes.

Quem pode conhecer você melhor que você mesma?

Eu me pergunto a mesma coisa todos os dias, como posso ter certeza que me conheço? Eu não sou a mesma em todos os lugares que vou, existem diversas versões de mim em cada lugar que eu vou, não tão diferentes mas não tão iguais. Minhas versões convergem e divergem todos os dias esperando que algum dia se juntem em uma reta só, podendo caminhar ao lado de outros que também são apenas um.

No final das contas, talvez todo mundo seja assim, talvez todos estejam fingindo que se conhecem de verdade, indo sempre a um mesmo lugar, escutando sempre das mesmas músicas esperando e torcendo para que todos também sejam os mesmos.

Qual a graça disso afinal?

Qual a graça de ser uma só? Ter apenas um estilo, escrever apenas sobre uma coisa, escutar das mesmas músicas, ir aos mesmos lugares? Vivemos em um mundo tão grande, que nos oferece um meno repleto das mais variadas experiências, se eu posso escolher um pouco de cada uma qual é a graça de escolher sempre do mesmo prato?